segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Poesia sobre o tempo.

Tempo, tenho tido tanto tempo para tudo,
e tenho transcrito tablaturas para tí.
Tentei transpor a tua ternura, tentei.
Tradicionalmente tive toda a tranquilidade turva.
Tempo, dê-me todo tempo ó tempo,
e tragas também teu timbre com terças tônicas,
tire todo o tempo daqueles que traem sem timidez
e d dê mais tempo à aqueles que tentam de tudo.

Sobre o velho sofá.

Olá, caros amigos...
...lá estava eu deitado em meu velho sofá, isso por volta das quatro horas da tarde, tarde típica de verão, quente e toda ela dourada pelo sol, porém com promessa de chuva forte para o fim daquele dia. De onde eu estava era possível observar toda a parte oeste da linha do horizonte e esta já começara ceder espaço para os primeiros flocos de nuvens negras.
Dizem que o calor estimula o cansaço, potencializa a preguiça, atiça o desânimo, enfim, pelo menos é o que ouço aqui e acolá, inclusive tais afirmações surgem sempre em meio as famosas piadas relacionadas a morosidade baiana, morosidade provida, é claro, por aquele calorzinho nordestino, sendo verdade ou não, esparramado naquele velho, porém confortável sofá, o calor carioca furtara toda a minha coragem. Para mim o bom mesmo era ficar alí, deitado, sonolento, namorando com os olhos o cinza turvo alastrado agora em boa parte do oeste horizontino. Gosto da chuva e confesso que não via a hora dela começar a tamborilar nas folhas das plantas e árvores, nas telhas, nas latarias dos automóveis, no asfalto em brasas, no mundo como um todo.
Na parede a minha esquerda, um bonito relógio de contorno redondo e bronzeado, números em romano também bronzeados e ponteiros na cor preta, tudo isso colado a uma vistosa moldura feita de madeira nobre no formado de casa colonial, com direito a duas pequeninas janelas e uma portinhola para o cuco, embora daquela portinhola nunca saísse cuco algum, cantava um aprazível tic tac. Por inúmeras vezes me peguei horas a finco contando cada tic daquele e também cada tac, era como se fosse uma terapia, um calmante para os nervos, era a minha orquestra tocando através do tic tac canções que me faziam desligar do mundo.
De repente caí no sono eu acho, por um segundo o horizonte se apagou, o calor se foi e o constante tic tac se calou, por mais raro que fosse eu dormir a tarde, naquela eu realmente dormi  e até sonhei se querem saber, mas foi um sonho sem cor, sem formas definidas, não havia ninguém naquele sonho e nem promessa de aparecer alguém, havia sim uma leve sensação de frio e a certeza de eu estar flutuando, embora estivesse em pé e apoiado num patamar sólido, também havia gosto de caramelo nos lábios e uma leve impressão de que almoçara a pouco e muito bem. Neste sonho podia controlar meus movimentos, então caminhava lentamente, olhava ao redor e passava as mãos nas coisas que julgava interessante, mas nada sentia, tudo era como fumaça, tudo era vazio...
...caros amigos, acordei com um trovão estremecendo o vidro da janela a minha direita e depois um raio cortando o horizonte agora negro e aterrador, ainda não chovia, mas era só questão de tempo, olhei para o relógio, faltava vinte e três minutos para as seis da tarde, me joguei do sofá, estava com sede, um pouco suado e por algum motivo que nunca soube qual, minha garganta doía...a dor que bate em meio a vontade de chorar...queria chorar e assim que a chuva chegou, chorei.
.........um forte abraço à todos e até a próxima semana.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A cada passo.

''A cada passo que dou o mundo inteiro sacode''. Dia desses estava eu assistindo TV quando, num canal de música qualquer, tocava uma banda de estilo ''mangue beach'' (se você não sabe o que é Mangue Beach pesquise, pois é o tipo do estilo de música que vale a pena conhecer), por alguns minutos seu nome ficou ali perdido no patético vácuo da falta de informação, a verdade era que só saberia do seu nome quando aquele clip de orçamento pífil atingisse seus noventa por cento ou mais de reprodução, e foi o que aconteceu. Na chamada ''bacia das almas'', aqueles segundinhos restantes para o término da canção, tanto o nome da banda quanto o nome da tal música saltaram ao rodapé de minha TV e da mesma forma que os descobri, infelizmente os esqueci...macacos me mordam!...aí você me diz ''- Pow, véy, acha essa banda aí na internet!...então eu te respondo ''- Pow, Lek, hoje em dia é tudo na base do pápum, sendo assim esse lance dessa galera aí já foi!'', contudo, reconheço que seria bastante interessante conhecer outros trabalhos dessa turma do mangue.
''A cada passo que dou o mundo inteiro sacode''. Essa frase roubou por completa a minha atenção e me fez pensar num turbilhão de coisas, por exemplo naquele maldito caminhão de escolhas erradas que fiz ao longo de minha vida nada relevante a seja lá quem for, escolhas que poderiam facilmente ter me lançado de cabeça ao inferno (se bem que, nos últimos anos, muitas dessas escolhas vêm me lançado de pára-quedas ao mesmo), burras escolhas que me privaram de agora estar com os bolsos tomados de dinheiro, dinheiro limpo oriunda do meu próprio talento, Q.I. e sagacidade (lembrando que sem esse papo de ser doutor, pois quando mais jovem queria mesmo era ser seu ídolo, ou no pior dos casos, ídolo de seu vizinho, fosse ele um bandido de baixo escalão ou um daqueles nerd metido a sabedor de tudo).
A cada passo que dou o mundo inteiro sacode...
...embora eu leve essa frase para o lado obscuro das escolhas, certo mesmo seria apontar o que de fato ela quer dizer, veja bem, se a cada passo teu o teu mundo sacode...ora bolas!...certamente você é dono de um poder extraordinário, poder não de conquistar ou destruir e sim de fazer a diferença ao mundo que te abraça. A cada passo teu cidadãos de tudo o que é crença ou raça te percebem e punhados destes te tomam como exemplo, a cada passo teu o mundo sacode, sacode não pelo temor de sua chegada ou aflição por suas idéias, a cada passo teu, meu caro, o mundo sacode pela felicidade contida na música dos seus atos e força de suas palavras. Antes de terminar quero dizer que escrevi esse post ouvindo Eric Clapton...até logo e cocaine!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Vídeo de abertura de meu canal.

Este é um pequeno vídeo que criei simplesmente para ilustrar a abertura de outros vídeos que pretendo publicar lá no YouTube. Caso tenham gostado, peço que se inscrevam no cal e que deixem comentários tanto lá, quanto aqui nesta postagem...um grande abraço e até mais!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Uma pequena parte de meu livro...

Meu nome é Lúcio Oliveira, mas poucos são aqueles que me conhecem por esse nome, certo dia, pelas vias dos meus próprios feitos, espalhou-se por aí o nome Cão do Caos e desde então é assim que sou chamado.
Estava prestes a completar quarenta anos de idade quando levei quatro tiros à queima-roupa de um sujeito que nem deveria estar aqui, baleado, despenquei de uma altura de mais ou menos doze metros e durante a queda, tive tempo de pensar na minha doce Bianca Alícia, minha amada esposa, morta por mim mesmo a nove anos atrás. Curiosamente nada senti no exato instante em que meu corpo se chocou contra o piso de concreto e lama, entretanto me pareceu óbvio o esfacelamento de todos os meus órgãos, ossos, cartilagens e músculos. Depois da queda, um silêncio varreu tudo a minha volta e uma escuridão me cobriu como um grande lençol de tecido grosso, tentei à todo custo me mover, mas logo percebi que isso era impossível, pensei então em me render e aceitar que já cheguei sem vida à aquele piso encharcado, imediatamente descartei a tal rendição, jamais faria tal coisa, pelo menos não até saber que meu filho já se encontrava a milhas daquele inferno de matança.
Meu nome é Cão do Caos...
...e muitos ainda vão me chamar assim.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A folia do dinheiro sujo.

 Confesso que fiquei meio indeciso sobre qual assunto deveria abordar na postagem dessa semana. Que tal escrever um pouco mais sobre o carnaval, uma vez que, no presente momento, a folia ainda come solta lá fora? Assim me perguntei logo após ter os tímpanos invadidos por berros e batuques oriundos de um pequeno grupo de pessoas que, tal como relâmpago em tempestade de verão, surgiu de repente, fez um estrondo insuportável e simplesmente desapareceu, mas no instante em que me vi abraçado novamente ao silêncio antes prostrado por toda a minha casa, bati o martelo dizendo ''- Quer saber de uma coisa, chega desse papo de carnaval, isso aí já virou um pé no saco!''.Então, pensei em escrever sobre política e sobre a caótica situação econômica que se encontra o Estado em que vivemos ou melhor, que a muito sobrevivemos. Decidido, corri para a internet e fui direto aos enfadonhos cadernos de economia anexados aos muitos portais de notícias, nestes li um bocado sobre o tal do Produto Interno Bruto e também sobre o medonho défcite financeiro, li algo relacionado a balança comercial favorável e a famosa taxa de juros. Por várias vezes as palavras laranja, lobista, atravessador, mensaleiro, propina, corrupção, facilitação e sinônimos das mesmas ilustraram a pequena tela de meu velho computador e embora fosse eu um completo homem das cavernas em se tratando de conhecimento político e econômico, tive a certeza de que lá em Brasília a folia também comia solta.Era como se o país estivesse imerso num tétrico mar de urina e fezes produzidas por esse bando de senadores e deputados, os tais tucanos e estrelas da vida, urinas e fezes produzidas com extremo gosto e prazer por aquele nefasto ex-presidente e agora por aquela nobre senhora, sua serviçal. Era como se toda essa corja engravatada pulasse um carnaval sem fim, um carnaval composto por longos 365 dias, dias de pura folia, folia essa regada a pencas e mais pencas de pesados fardos de dinheiro, o nosso dinheiro é bom que se diga! Folia essa regada a milhares de caixas dos mais pulquérrimos vinhos e uísques já produzidos, regada também a charutos de Cuba, a pratos da Itália, ao turismo da França, ao instigante sexo da Suécia, ao erotismo Tailandês, as doces drogas da Holanda...folia essa regada aos surrados corpos de nossa gente, aos grossos calos talhados em suas mãos trêmulas e frias, regada a poeira em seus olhos tristonhos e cabelos ressecados, regada ao suor do dia a dia, a terrível labura, ao sangue nos buracos feitos a bala, as doenças incuráveis não por sua complexidade e sim pela total falta de assistência médica, os vírus trazidos pelos mosquitos, enfim, folia essa regada a dor do descaso, ao abandono, regada a cultura da fome, da mentira, do aperto de mãos, tapinha nas costas e sorriso no rosto, folia essa regada a ausência de esperança no peito daqueles que já estiveram no pior dos casos, a maldita ditadura velada, ao controle de massas via novela, bunda e futebol, ao plantíl da ignotância, da inesistência de boas idéias, folia essa regada ao silêncio forçado...
...farto de tudo isso, desliguei o computador e logo abortei essa idéia de escrever sobre política...depois de alguns minutos liguei a TV num canal sério de notícias e o que vi foi um mundarél de pessoas pulando o carnaval.Aos leitores obrigado pela visita e até a próxima semana!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

- Olha o carnaval aí, gente!


Mais uma vez o carnaval bate as nossas portas e como já era de se esperar, milhões e milhões de pessoas Brasil afora o aguarda de braços e pernas abertas, bundas de fora e bolsos vazios, não é o meu caso, é claro, já que durante todos os dias de folia e devastação moral, ficarei recluso no meu lar, junto aos meus filmes e séries, drinques e discos, quieto sob o aprazível clima de montanha proporcionado pelo ar-condicionado que, na parede do meu quarto, trabalha sem xiar. Como vocês já devem ter percebido, gosto tanto do carnaval quanto uma criança obesa gosta de legumes e verduras.
Aqui no Rio de Janeiro, embora a prefeitura e a rede de TV do plim-plim estejam fazendo de tudo para transformar toda essa porra numa espécie de Bahia, oficialmente a folia dura quatro míseros dias, por esse lado fico até bastante feliz, pois são quatro míseros dias em que o bairro onde moro se livra de boa parte daqueles indivíduos que no meu entendimento não agregam nada de construtivo à sociedade, muitos viajam para a tal da região dos lagos e se fosse por minha vontade ficariam por lá o ano inteiro.
Tento buscar no frio abismo de minhas lembranças outro motivo que me faça depôr a favor da tão famigerada festa carnal, talvez a vasta quantidade de traseiros expostos a torto e a direita nos programas sensacionalistas da TV aberta fosse, de fato, um grande motivo, mas logo me vêm à cabeça a seguinte reflexão ''pombas, esperar um ano inteiro para ver bunda de mulata balançando na TV? Que absurdo é esse agora? E as maravilhas da internet aonde ficam nisso?'', sendo assim, de imediato descarto esse motivo e logo parto para outro.
Que tal aquele ''carnaval de rua'' que, durante os quatro dias de folia, come solto na pracinha do bairro vizinho? Geralmente nesse tipo de evento costuma brotar um bando de menininhas semi-nuas e também solteironas na faixa dos trinta anos, solteironas ávidas por um ''fino trato'', isso sem falar naquelas ''moças de idade avançada'' que, nesse caso, basta um copo de cerveja e um trago no cigarro e PIMBA!, lá está a vózaça fogosa, feliz que só o diabo, prostrada sobre sua confortável cama box ou sofá de tecido marrom, louca por um sexo pior que selvagem, pois bem, se acaso eu quiser passar os olhos numa garotinha semi-nua, vou direto a um baile funk da vida, pois tenho certeza que nesse tipo de ambiente isso é o que não falta.
Em relação as pobres trintonas citadas anteriormente, têm um monte delas aqui acopladas as minhas redes sociais e digo de forma categórica que é só eu enviar-lhes uma reles mensagem de voz, mensagem essa de preferência tomada de cafajestice e pronto, lá vêm aquela deliciosa chuva de vídeos proibidos e fotos comprometedoras. Por fim vamos às moças de idade avançada, nessas aí é só vocês botarem os pés em qualquer botequim beira de estrada e esperar, garanto à vocês que cedo ou tarde frases do tipo ''Oi, tesão, posso tomar uma cerveja com você?'',, ''Nossa, ném, que calor é esse, aceito um copinho se você me convidar.'' ou ''Têm um cigarrinho aí, meu anjo?'' eclodirão nos seus ouvidos como zumbidos de moscas varejeiras, com isso volto a repetir:
- Por quê diabos esperar pelo bendito carnaval uma vez que esse raio de folia se faz presente até mesmo na tão serena noite de Natal?
Agora me vêm a razão um bom motivo pra depôr a favor do carnaval, mas como essa postagem já se encontra longa demais, vou deixar para contar numa outra ocasião. Muito obrigado pela visita e como tributo peço apenas o seu comentário...um forte abraço e até a próxima semana!