quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A folia do dinheiro sujo.

 Confesso que fiquei meio indeciso sobre qual assunto deveria abordar na postagem dessa semana. Que tal escrever um pouco mais sobre o carnaval, uma vez que, no presente momento, a folia ainda come solta lá fora? Assim me perguntei logo após ter os tímpanos invadidos por berros e batuques oriundos de um pequeno grupo de pessoas que, tal como relâmpago em tempestade de verão, surgiu de repente, fez um estrondo insuportável e simplesmente desapareceu, mas no instante em que me vi abraçado novamente ao silêncio antes prostrado por toda a minha casa, bati o martelo dizendo ''- Quer saber de uma coisa, chega desse papo de carnaval, isso aí já virou um pé no saco!''.Então, pensei em escrever sobre política e sobre a caótica situação econômica que se encontra o Estado em que vivemos ou melhor, que a muito sobrevivemos. Decidido, corri para a internet e fui direto aos enfadonhos cadernos de economia anexados aos muitos portais de notícias, nestes li um bocado sobre o tal do Produto Interno Bruto e também sobre o medonho défcite financeiro, li algo relacionado a balança comercial favorável e a famosa taxa de juros. Por várias vezes as palavras laranja, lobista, atravessador, mensaleiro, propina, corrupção, facilitação e sinônimos das mesmas ilustraram a pequena tela de meu velho computador e embora fosse eu um completo homem das cavernas em se tratando de conhecimento político e econômico, tive a certeza de que lá em Brasília a folia também comia solta.Era como se o país estivesse imerso num tétrico mar de urina e fezes produzidas por esse bando de senadores e deputados, os tais tucanos e estrelas da vida, urinas e fezes produzidas com extremo gosto e prazer por aquele nefasto ex-presidente e agora por aquela nobre senhora, sua serviçal. Era como se toda essa corja engravatada pulasse um carnaval sem fim, um carnaval composto por longos 365 dias, dias de pura folia, folia essa regada a pencas e mais pencas de pesados fardos de dinheiro, o nosso dinheiro é bom que se diga! Folia essa regada a milhares de caixas dos mais pulquérrimos vinhos e uísques já produzidos, regada também a charutos de Cuba, a pratos da Itália, ao turismo da França, ao instigante sexo da Suécia, ao erotismo Tailandês, as doces drogas da Holanda...folia essa regada aos surrados corpos de nossa gente, aos grossos calos talhados em suas mãos trêmulas e frias, regada a poeira em seus olhos tristonhos e cabelos ressecados, regada ao suor do dia a dia, a terrível labura, ao sangue nos buracos feitos a bala, as doenças incuráveis não por sua complexidade e sim pela total falta de assistência médica, os vírus trazidos pelos mosquitos, enfim, folia essa regada a dor do descaso, ao abandono, regada a cultura da fome, da mentira, do aperto de mãos, tapinha nas costas e sorriso no rosto, folia essa regada a ausência de esperança no peito daqueles que já estiveram no pior dos casos, a maldita ditadura velada, ao controle de massas via novela, bunda e futebol, ao plantíl da ignotância, da inesistência de boas idéias, folia essa regada ao silêncio forçado...
...farto de tudo isso, desliguei o computador e logo abortei essa idéia de escrever sobre política...depois de alguns minutos liguei a TV num canal sério de notícias e o que vi foi um mundarél de pessoas pulando o carnaval.Aos leitores obrigado pela visita e até a próxima semana!

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