segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Uma pequena parte de meu livro...

Meu nome é Lúcio Oliveira, mas poucos são aqueles que me conhecem por esse nome, certo dia, pelas vias dos meus próprios feitos, espalhou-se por aí o nome Cão do Caos e desde então é assim que sou chamado.
Estava prestes a completar quarenta anos de idade quando levei quatro tiros à queima-roupa de um sujeito que nem deveria estar aqui, baleado, despenquei de uma altura de mais ou menos doze metros e durante a queda, tive tempo de pensar na minha doce Bianca Alícia, minha amada esposa, morta por mim mesmo a nove anos atrás. Curiosamente nada senti no exato instante em que meu corpo se chocou contra o piso de concreto e lama, entretanto me pareceu óbvio o esfacelamento de todos os meus órgãos, ossos, cartilagens e músculos. Depois da queda, um silêncio varreu tudo a minha volta e uma escuridão me cobriu como um grande lençol de tecido grosso, tentei à todo custo me mover, mas logo percebi que isso era impossível, pensei então em me render e aceitar que já cheguei sem vida à aquele piso encharcado, imediatamente descartei a tal rendição, jamais faria tal coisa, pelo menos não até saber que meu filho já se encontrava a milhas daquele inferno de matança.
Meu nome é Cão do Caos...
...e muitos ainda vão me chamar assim.

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