quinta-feira, 7 de abril de 2016

Sonhar não custa nada?

Não sei quanto a vocês, mas sou do tipo que costuma sonhar quase que todas as noites. Não que eu tenha um sono tão pesado assim, raramente bato na cama feito pedra e pra falar a verdade, não são poucas as madrugadas em que acordo de uma em uma hora só Deus sabe para o que, contudo, uma hora de sono já é mais que o suficiente para me fazer sonhar.
Contrariando as palavras dos notáveis médicos e cientistas, penso eu que os sonhos não são fragmentos de antigas lembranças ou reflexos de situações vividas pelo indivíduo naquele dia produzidos pela massa cerebral em estado de repouso, acredito que os sentimentos são os reais criadores dos sonhos. Por que estou dizendo isso?
Outro dia sonhei com uma espécie de realidade alternativa, nada de mais pra ser bem sincero, o sonho tratava do bairro onde moro, sim, o bairro de nome Coelho Neto, localizado na zona norte do Rio de Janeiro. O cenário era noturno e era época de carnaval, havia um batalhão de pessoas fantasiadas por todos os lados, no lugar dos pequenos comércios, havia dezenas de pub's como aqueles vistos nos seriados americanos e também enormes joalherias e luxuosos restaurantes. O governo havia construído suntuosas passarelas, todas feitas de mármore e prata, todas ornadas com belíssimas luzes coloridas e um aprazível perfume que vinha sei lá de onde, o asfalto que corria sob estas passarelas era liso e sinalizado, um convite para uma boa disputa de motores, mas todos os veículos que por ali passavam, muito mal barulho faziam. A praça, além de vasta e cheia de canteiros com todo o tipo de flor, contava com uma infinidade de bancos de madeira brilhosa e mesas para repousar tudo o que é objeto. No sonho não havia preocupação, saudade ou dor, não havia motivo algum para desejar sair dali, a garota que me acompanhava era, sem dúvida, a mais linda do bairro e certamente de toda a cidade e fora isso, era eu respeitado e idolatrado por todos, trazia no nome um peso incomensurável..acho que era eu o dono de tudo aquilo.
Claro que nem sempre o sonho é bom, os pesadelos são figuras frequentes, perdi as contas das vezes em que fui dilacerado por algum demônio carniceiro ou esmagado por alguma máquina dantesca, já me afoguei um milhão de vezes, já me queimaram vivo, me bateram até os ossos virarem poeira, me cuspiram no rosto, já estouraram a minha cabeça com todas as armas de fogo vistas na face da Terra, já até me prenderam a cruz, no entanto, todas as vezes que despertei de uma coisa assim, acabei sorrindo de orerlha a orelha. No fundo não há pesadelo pior que acordar depois de um sonho bom...O sonho machuca, o pesadelo diverte.

2 comentários:

  1. Na atual conjuntura de minha vida também tenho odiado os sonhos,principalmente aqueles que desperta a maldita esperança que virem realidade...

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